sábado, 30 de julho de 2011

Momento Manguaça Cultural


Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.
Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou. O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado. Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.
Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome "pinga".
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de "água ardente". Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar.
E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.
(História contada no Museu do Homem do Nordeste).


sábado, 9 de julho de 2011

A “EVOLUÇÃO” DA MÚSICA BRASILEIRA DE RAÍZES

Houve um tempo em que os amantes da boa música de raízes podiam se deliciar com autênticas melodias nas vozes de grandes nomes de todos os rincões brasileiros. Não quero ser saudosista, mas há muitos anos atrás ser cantor de música “caipira” era sinônimo de talento, não só na composição da letra, como também na interpretação da mesma. O que marcou essa época foi a utilização de uma linguagem muito próxima do homem do campo, sem a preocupação com regras ortográficas. Muitos nomes ficaram conhecidos e consagrados nessa época como, por exemplo, Cascatinha e Inhana, Pena Branca e Xavantinho e outros.

Depois disso, surgiram nomes que apostavam num estilo mais culto de linguagem. Nascia ai o “sertanejo” nas vozes de Chitãozinho e Xororó, Milionário e José Rico, Duduca e Dalvam e muitos outros. A partir dos anos 90 começou a safra de cantores sertanejos oriundos de Goiás, com suas vozes mais românticas, cantando amores impossíveis e paixões desenfreadas. Quem não se lembra de Leandro e Leonardo?

Mas parece que o brasileiro gosta mesmo é de novidades. Enquanto nos Estados Unidos uma música sobrevive no rádio por décadas como um hit (sucesso), aqui nas terras tupiniquins o que impera é a novidade. Clássicos como os mencionados só tocam em programas de rádio em horários específicos como “nostalgia”, “músicas do baú” e por ai afora, relegando tais preciosidades como algo antigo, ultrapassado. A moda agora é outra. Sertanejo Universitário. Houve um tempo em que eu conseguia acompanhar o estilo das duplas sertanejas. Pelo toque inicial eu sabia dizer de quem era a música.

Agora, são tantos quem nem me arrisco a dizer o nome para não ser ridicularizado. Corro o risco de atribuir uma música de uma determinada dupla a outra completamente diferente. Não sei dizer se tal música é de Hugo Pena e Gabriel ou de sei lá quem. Nem sei mais quantas duplas são. E além do mais, hoje em dia parece que não basta mais ser cantor. Tem que ser ator também para não ser esquecido muito rapidamente. Se estiver em uma novela, melhor.

Fico pensando se eu envelheci e perdi o pique musical ou se a oferta é que é maior que a procura. Qualidade e bom gosto nem precisam ser mencionados. A sociedade de consumo no âmbito musical não parece ser muito exigente. Se agradar aos ouvidos, consome-se desenfreadamente. Se não, passemos à próxima dupla. O fato é que diante de tanta música falando de amor e tanta gente cantando os prazeres de uma relação amorosa é incrível como existem tantos conflitos afetivos na nossa sociedade.

Curiosidade das Línguas

Mesmo quem não gosta de línguas estrangeiras vai se surpreender com as curiosidades de algumas línguas. Todo mês vamos conhecer algum detalhe curioso de algum idioma do nosso mundo. Espero que você se divirta...

O idioma alemão e algumas curiosidades

Eu to longe de ser um gênio no idioma alemão, porém quero dividir aqui algumas curiosas descobertas.

· Billion – Alguém lhe prometeu “eine Billion Euro“. Alegre-se mesmo: você será trilionário! Não é um erro de digitação: entre a ordem de grandeza Million(10^6) e Billion (10^12), o idioma alemão tem Milliarde, o equivalente ao nosso bilhão. Portanto, em alemão um bilhão significa mesmo é um trilhão!

· Wasserfest Wasser é água. Bem, já que Oktoberfest é “festa de outubro” (comemorada em Munique, diga-se de passagem, no final de setembro), wasserfest só pode ser alguma festa aquática, certo? Errado: o “fest” neste caso nada tem a ver com festividade, é um adjetivo significando “firme”, “resistente”, portanto “à prova de”. Da mesma forma, feuerfest é “à prova de fogo”.

· Porco ou vaca? – No restaurante você pediu Fleisch, que quer dizer carne, claro. Portanto, salvo indicação em contrário, bovina, como no Brasil. Mas na Alemanha quando você pede apena “carne” será porco, o principal animal de corte na pecuária e na gastronomia daquele país. A carne bovina é normalmente especificada como Rindfleisch.

· Kondensmilch – Você está morrendo de saudades do Brasil. Nenhuma jabuticaba à vista, a única cura seria um belo pudim de leite condensado. No supermercado, que surpresa, o Kondensmilch é vendido em caixinhas de papelão. Você segue a receita à risca e o pudim sai um horror. O que aconteceu? O Kondensmilch da Alemanha não tem açúcar, é um leite mais espesso, para temperar o café sem esfriá-lo muito. Mas seu sonho de um pudim ainda não está perdido: ou pergunte por Milchmädchen, da marca também popular no Brasil, ou – em geral, mais fácil de achar e mais barato – recorra ao “gezuckerte Kondensmilch” das lojas de produtos asiáticos.

· Como se diz “telefone celular” em alemão? – Esta é para adiantados. Os alemães não falam ao “celular” (como brasileiros), nem por “Mobilfon” (mobile para os ingleses, telemóvel em Portugal), ou “tragbares Telefon” (portable na França), e muito menos “Telefönchen” (telefonino na Itália). Aliás, cada país parece querer ser mais original do que o outro ao dar nome a esse melhor amigo do ser humano moderno. A denominação do celular na Alemanha (e Áustria) é um pseudo-anglicismo: Handy ou (horror supremo!) Händi. Também adotado em vários países asiáticos, o vocábulo vem do inglês, não está bem claro se a partir de handphone (telefone de mão) ou handy phone (telefone prático).